Ao não fazer aquilo que temos que fazer, no momento em que temos que fazer, corremos o risco de fazer o que não temos que fazer, no momento em que não temos que fazer.
William Shakespeare, em uma de suas tragédias, nos conta sobre a história de Hamlet, príncipe da Dinamarca, que teve sua vida marcada pela morte repentina e misteriosa de seu pai, o Rei. O jovem príncipe amargurado e triste não sabia o que fazer, até que no meio de sua amargura, recebeu a visita do fantasma de seu falecido pai, que lhe contou que sua morte não foi um acidente, e sim um ato sórdido de seu tio, que agora era o atual Rei:
Há algo de podre no Reino da Dinamarca
Hamlet então queria fazer algo a respeito, seja por vingança seja por justiça, ele sabia que deveria agir, porém estava em dúvida sobre se era moral ou não assassinar o seu tio, afinal, a informação reveladora que teve, foi lhe dada através de um fantasma, se é que assim o era, já que poderia ser apenas um demônio nascido nas suas próprias amarguras. Nesse conflito interno e na busca de motivos de justificação dos seus atos (ou a intenção deles), muitas pessoas inocentes acabaram morrendo, ou provando profundos sofrimentos, na busca da razão, Hamlet acabou ficando parado, sem agir sobre aquilo que ele deveria fazer.
A introdução acima mostra a situação de muitas pessoas que procuram o Tarô para tomarem uma decisão. Durante os conflitos elas procuram as cartas quase como o fantasma do pai assassinado de Hamlet, e ao encontrarem uma resposta, seja ela positiva e negativa, a maioria não age, seja porque ao terem uma resposta não dão crédito a ela, ou a resposta não é exatamente o que elas esperavam ouvir.
O ponto é, mesmo crendo no poder das cartas, sejam elas reveladoras do destino ou como janela para a alma e do subconsciente, nenhuma resposta de um jogo, é ou será mais poderosa do que o poder da ação, do movimento, da atitude humana, essa inclusive, é uma expressão corriqueira nesse site, o poder das atitudes. Mesmo que cartas sobre algo saiam muito positivas, ou saiam muito negativas, não significa que seja um destino entregue de “bandeja” para a pessoa, onde ela pode sentar e esperar que as coisas se resolvam. Diante de uma encruzilhada, não adianta parar e esperar que as cartas digam “SIM” ou “NÃO”, por que nessa hesitação, pessoas que não tem nada a ver com a questão, e até mesmo outras áreas não ligadas a questão podem ser prejudicadas.
As cartas servem para mostrar energias e possibilidades disponíveis, conselhos, um mapa sobre quais passos seguir, mas nunca, pare e espere, nunca fique inerte, pois apenas o movimento, e a ação, que fara alguém progredir. O que o seu coração deseja fazer hoje?