Acredito que sempre devemos ver cada arcano menor como uma seqüência filosófica do anterior. Desta forma, assim como os ases são os impulsos primordiais, os arcanos de número 2 nos falam da reação a estes impulsos primordiais trazidos pelos ases. Temos então, nestes arcanos, a polarização da idéia, aquilo que lhe faz frente, lhe complementa ou mesmo lhe faz oposição. Nos arcanos de número dois temos a reação ao impulso primordial. Se os ases são o princípio, os arcanos de número 2 são a oposição ao princípio. Eles trazem a complementação, a reavaliação, o confronto.
Estes arcanos sempre trazem algum tipo de esforço e luta consigo, por mais que os resultados finais possam ser “positivos” (com exceção feita ao 2 de Espadas). A tudo que iniciamos, a todas as nossas ações (ases), há sempre a reação. E mesmo que a reação seja “positiva”, ela vai trazer certo grau de esforço e desafio. Mesmo o 2 de Copas (considerado o mais “positivo” deles), que representa o encontro com o outro, vai trazer algum tipo de esforço, pois este “outro” tem também suas expectativas, suas ideias e suas vontades — o que nos remete a outra palavra chave para o 2 de Copas: acordos, ainda que amigáveis.
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