Vamos começar uma nova série aqui no site, Magia na Música: onde vamos explorar os aspectos mágicos dessa arte tão antiga como a própria história e cultura da humanidade. Algumas semanas atrás postei um texto chamado “Qual a nota musical de cada signo” (https://www.trilhasnouniverso.com.br/qual-a-nota-musical-de-cada-signo/) que tinha um teor mais de curiosidade do que uma abordagem mais aprofundada. No texto de hoje, conheceremos conexões históricas e atuais sobre a música dos astros.
Contexto histórico
Pitágoras de Samos (570 — c. 495 a.C.), foi um filósofo e matemático grego jônico creditado como o fundador do movimento chamado Pitagorismo. Os pitagóricos interessavam-se pelo estudo das propriedades dos números. Para eles, o número, sinônimo de harmonia, é constituído da soma de pares e ímpares (os números pares e ímpares expressando as relações que se encontram em permanente processo de mutação), sendo considerado como a essência das coisas, criando noções opostas (limitado e ilimitado) e a base da teoria da harmonia das esferas. Segundo os pitagóricos, o cosmo é regido por relações matemáticas. A observação dos astros sugeriu-lhes que uma ordem domina o universo. Evidências disso estariam no dia e noite, no alterar-se das estações e no movimento circular e perfeito das estrelas. Por isso o mundo poderia ser chamado de cosmos, termo que contém as ideias de ordem, de correspondência e de beleza.
O pensamento musical
Pitágoras foi um dos primeiros a propor que as notas musicais também deveriam respeitar essa ideia de ordem, de correspondência e da beleza, ou seja, elas não poderiam ser combinadas entre suas distâncias e timbres de qualquer forma, haveriam de ter notas que se correspondem melhores do que com outras.
Pitágoras descobriu em que proporções uma corda deve ser dividida para a obtenção das notas musicais no início, sem altura definida, sendo uma tomada como fundamental (pensemos numa longa corda presa a duas extremidades que, quando tangida, nos dará o som mais grave) — e a partir dela, gerar-se-á a quinta e terça através da reverberação harmônica. Os sons harmônicos. Prendendo-se a metade da corda, depois a terça parte e depois a quinta parte conseguiremos os intervalos de quinta e terça em relação à fundamental. A chamada SÉRIE HARMÔNICA. À medida que subdividimos a corda obtemos sons mais altos e os intervalos serão diferentes. E assim sucessivamente. Descobriu ainda que frações simples das notas, tocadas juntamente com a nota original, produzem sons agradáveis. Já as frações mais complicadas, tocadas com a nota original, produzem sons desagradáveis.
Pitágoras chegou a algumas dessas conclusões quando passou por uma serralheria e percebeu que os sons dos martelos tinham um som diferente, a depender do peso do martelo, ou seja, para cada peso de martelo, se obtinha um som diferente que às vezes era agradável, e às vezes era desagradável.
A partir daí, ele começou a fazer essas relações também em cordas (antes com sinos e copos com água), experimentando a mesma corda sendo “tocada” com diferentes pesos, nesse caso, dividindo a região da corda em sessões separadas (os graus: fundamental, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, etc.). Pitágoras chamava isso de movimento harmônico.
Como os filósofos gregos se preocupavam em sempre relacionar seus conhecimentos para explicar o universo, Pitágoras sugeriu que esses mesmos intervalos entre as notas, eram idênticos ao que os astros faziam, como se cada planeta tivesse seu próprio som. Essa relação se dava porque nada do que acontecia na “realidade” era único, se todas as coisas tinham esses sons diferentes de acordo com seus pesos, frequências e distâncias, logo, os astros também eram submetidos a essa regra (por mais que ele não pudesse ouvi-los).
Esses intervalos foram chamados por ele de “intervalos dissonantes”.
Pitágoras cria que cada planeta no universo (o universo visível para a época), tinha um som consonante.
O som dos Astros (a teoria dos sons das esferas): harmonia e polifonia
Essa ideia de cada planeta ter seu próprio som, pode parecer estranha, mas recentemente a NASA divulgou os sons captados dos planetas quando sondas como a Voyager passou por eles, e realmente, cada planeta ou astro, tinha seu próprio som particular:
O som do Sol
Saturno
Júpiter
Vênus
Marte
Mercúrio
Netuno
Urano
Terra
Em textos futuros, vamos trabalhar com esses sons e suas relações com a regência dos signos e arcanos.
Como bônus, o belíssimo arranjo da Paola Hermosín da música Hijo de la Luna (Mecano).
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Fontes e Referências
NASA divulga playlists com sons do espaço – e são bem esquisitos: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/10/nasa-divulga-playlists-com-sons-do-espaco-e-sao-bem-esquisitos.html
Revista Galileu – Publicado em 30 de outubro de 2017
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Obrigado Ingrid Pereira e Val Felix pela revisão do texto
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