Normalmente os manifestos são publicados na ocasião do lançamento de uma publicação, mas apenas em novembro de 2019, quase cinco anos depois que lancei o Trilhas no Universo, é que estou escrevendo isso. Algumas pessoas me perguntam “como surgiu a ideia de criar o Trilhas?”, mas a resposta definitivamente é diferente do que o Trilhas acabou se tornando.
No segundo semestre de 2014, eu ainda estava iniciando os meus estudos em assuntos ligados a ocultismo e esoterismo, e acabei parando em um grupo de Whatsapp dedicado a assuntos ligados a astrologia (signos, mapa astral e muitos memes). A princípio estava lá para tentar aprender, mas percebi que eu tinha uma postura natural a compartilhar o que eu sabia, e assim acabava aumentando o meu próprio conhecimento, já que, para sabermos o quanto realmente entendemos sobre alguma coisa, é só tentar explicar essa coisa para que outro compreenda.
Com o passar dos meses, os conteúdos que eu explicava no grupo, como o que é ascendente, explicações diversas sobre mapa astral e movimentos astrológicos estavam ficando cada vez maiores e complexos, então, resolvi criar uma página no Tumbler, com esses textos e assim ficaria mais fácil eu compartilhar um determinado tema. O que deveria servir só de consulta, acabou tendo bastante acessos de outras pessoas, e inúmeros acontecimentos e pessoas especiais que conheci fizeram o conteúdo ficar mais diversificado, ainda mais quando eu comecei a estudar a incrível ferramenta do Tarô.
Como o Tumbler tinha um apelo muito “adolescente” para algumas pessoas, resolvi procurar uma outra plataforma que tivesse um tom mais sério, e ai produzir textos mais ricos e profundos sobre esses temas, então descobri o Medium.com, e desde então o Trilhas no Universo existe nessa plataforma.
Em 2020, pretendo migrar o Trilhas no Universo para um site próprio sem depender de nenhuma plataforma de terceiros. Mas se a 5 anos atrás o objetivo era um, e agora é outro.
Qual é o objetivo do Trilhas no Universo em 2019/2020?
A tagline dessa publicação diz que o Trilhas no Universo busca “encorajamento no campo da Magia”, mas antes de tudo, o Trilhas é para mim uma necessidade pessoal:
93 — Mas então, por que escreves?
A: Não faço parte daqueles que só pensam com uma pena molhada na mão; tampouco daqueles que se abandonam às suas paixões quando estão sentados em uma cadeira, com os olhos fitos no papel, diante de um tinteiro destampado. Escrever irrita-me ou dá-me vergonha; escrever para mim é uma imperiante necessidade; repugna-me falar disso, mesmo sob uma forma simbólica,
B: Mas então, por que escreves?
A: Ah meu caro, ouve um segredo: ainda não descobri outro meio de me livrar dos meus pensamentos.
B: E por que queres livrar-te deles?
A: Por que quero? Mas eu quero? Eu necessito
(Gaia Ciência — Friedrich Nietzsche)
E além disso, descobri que existem vários tipos de magias, algumas pessoas dominam a magia de Cura, a magia de Adivinhação com artes oraculares, a magia de Destruição, mas a minha magia, é a magia do compartilhamento da informação, afinal, do que vale todas as experiências mágicas que experimentamos?
O que acontece com as suas visões depois que você desfruta delas? Como você expressa aquilo que experimenta? O que aconteceria com a sua digestão se você se entupisse de comida e, ao mesmo tempo, se recusasse terminantemente a ir ao banheiro de vez em quando? Eu sei que isso pode parecer de mal gosto, mas não chega nem perto de ser tão nojento quando o que acontece com essas bruxas e magos que ficam se entupindo de mais poder, mais visão, mais prazer, mais conhecimento, mais inspiração, mais segredos, mais títulos extravagantes, mais iluminação, mais graus, mais diplomas, mais sucesso, e mais, mais, mais. Quando alguém está sempre com fome de mais comida, seja ela a visão mais grandiosa, a energia mais forte, a tradição verdadeira, o orgasmo absoluto, o segredo definitivo ou a próxima melhor iniciação, é fácil esquecer de suas obrigações com o mundo.
Inteligência só é valida ao comunica-la,
Compartilhamento de informação também pode ocorrer através da prática da arte. Uma virtude da arte como uma ferramenta na grande obra é a sua habilidade de comover e alternar um público ao escapar dos censores verbais do ego desiquilibrado. A arte evoca respostas do observador. Um bom artista sabe exatamente quais respostas quer evocar, em que ordem e/ou combinação; ele ou ela também tem a habilidade de apresentar o estímulo adequado para conseguir isso. Cada meio de arte tem suas forças e fraquezas particulares… não importa qual seja o meio, um sacerdote talentoso pode comunicar o grande fato de nossa unidade sem pregação ou didatismo. A arte mostra mais do que ela conta. Todos os grandes artistas agem como sacerdotes, gostem eles de pensar em si mesmos como sacerdotes ou não.
O elo que cobre a lacuna entre eu e você é a comunicação. Para tocar os outros, aprendemos aquilo que nos toca, e comunicamos o segredo a todos que estiverem dispostos a ouvir, Assim, a comunicação torna-se um sacramento uma união de inteligência com inteligência. O “filho da união” é um novo estado de consciência.
(Mágicka Visual — Jan Fries)
No próximo ano então, o Trilhas no Universo não será só uma publicação de textos aleatórios sobre determinado assunto esotérico/ocultista, atrás de views ou monetização, mas sim, uma forma de comunicação sobre os incríveis mistérios do mundo mágico, e é a comunicação, uma das formas mais poderosas de magia que já pude vivenciar para expansão de consciência.
O que um pensador não pensa, ele acha que não existe e o que um sensitivo não sente, ele acha que não existe. Que o pensador receba seu prazer e o sentimental, seu próprio pensar. Isso conduz ao caminho.
(O Livro Vermelho — C.G. Jung)
Diogenes Oliveira dos Santos Junior, 27 de Novembro de 2019
…
Gostou do texto? Gostaria muito de saber sua opinião ou feedback.
Se você tiver qualquer dúvida pode me enviar um e-mail para diogenesjunior.ti@gmail.com.
…