Alguns anos atrás postei sobre a teoria das Cinco Peles de Hundertwasser, que basicamente consiste na forma em que o homem se identifica e identifica o meio onde vide em cinco camadas de compreensão: a sua epiderme natural, o seu vestuário, a sua casa, o meio ambiente onde vive e, a última, a pele planetária ou crosta terrestre onde todos vivemos. Porém essa teoria foi baseada a quase cem anos atrás em 1928, onde nossa sociedade vivia em uma organização social totalmente diferente da contemporânea, e hoje, temos um elemento que tem moldado e influenciado totalmente nossas relações e percepções sobre o mundo em que vivemos: as redes sociais.
Usadas pela maioria das pessoas, algumas usam de forma totalmente inconsciente ou sem qualquer tipo de controle, e outras usam com um certo receio e um tom duro com críticas sobre o meio digital social e sobre quem as usa. Quem nunca ouviu comentários do tipo que postagens em redes sociais são “só para agradar o ego”, “se amostrar”, ou “vender uma felicidade falsa”. Porém, psicologicamente falando essas ferramentas sociais fazem mais parte da nossa natureza humana do que podemos imaginar.
O artista Hundertwasser, nascido em Viena, Áustria, em 1928, desenvolveu sua obra voltada, em grande parte, para as questões ambientais, expostas tanto em seus quadros quanto em conferências, maquetes e realizações na área da arquitetura. O homem, na sua opinião, tem cinco peles: a sua epiderme natural, o seu vestuário, a sua casa, o meio ambiente onde vive e, a última, a pele planetária ou crosta terrestre onde todos vivemos:
Nessa organização, o homem busca suas necessidades de acordo com a expansão de cada pele, por exemplo, a necessidade inicial do homem que ele irá buscar é o “Eu” (homem natural, com as necessidades básicas), e na sequência irá progredir em cada nível aumentando e expandindo suas identificações e relações na medida em que alcança cada nível.
Essa teoria de construção social do homem de Hundertwasser é bem mais antiga do que uma outra teoria bem famosa em administração e em psicologia chamada “Hierarquia de necessidades de Maslow”, também conhecida como pirâmide de Maslow, divisão hierárquica proposta por Abraham Maslow, em que as necessidades de nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto:
Maslow define um conjunto de cinco necessidades descritas na pirâmide.
* necessidades fisiológicas (básicas), tais como a fome, a sede, o sono, o sexo, a excreção, o abrigo;
* necessidades de segurança, que vão da simples necessidade de sentir-se seguro dentro de uma casa a formas mais elaboradas de segurança como um emprego estável, um plano de saúde ou um seguro de vida;
* necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimentos tais como os de pertencer a um grupo ou fazer parte de um clube;
* necessidades de estima, que passam por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;
* necessidades de auto-realização, em que o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser: “What humans can be, they must be: they must be true to their own nature!” (Tradução: “O que os humanos podem ser, eles devem ser: Eles devem ser verdadeiros com a sua própria natureza). É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade “… temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais”.
Repare que Maslow também propôs cinco camadas, e como tanto em Hundertwasser como na hierarquia de Maslow, as divisões ou níveis de separação hierárquicas, tem semelhanças e itens idênticos. A última camada da piramide de Maslow talvez seja a mais destoante a primeira vista em relação as cinco peles de Hundertwasser, porém temos em ambos os casos, o último nível (ou o topo) com uma ideia de natureza, ou ligação com a natureza, a verdadeira natureza do ser, o ser natural, etc.
Até aqui, vemos que o homem tem de certa forma uma hierarquia de necessidades e desejos, que serão buscados naturalmente por toda a vida, seja consciente disso, ou seja inconsciente, já que faz parte da psiquê e da construção do intelecto humano. De toda forma, aceitando os argumentos acima, como se dará essa busca, essa percepção?
Nós como seres humanos, temos características únicas de construção social, podemos usar nossas ferramentas no dia a dia, mas até ai, até os macacos usam ferramentas, sendo o fator que nos difere, o símbolo e a interação social que faremos em cima disso. E aqui nesse momento que as Redes Sociais, se mostram muito além de simples sites ou aplicativos, e passam a ser vistas como uma extensão da nossa psique agindo para atingir e atender nossas necessidades.
A interação social e a transformação da atividade prática
O momento de maior significado no curso do desenvolvimento intelectual, que dá origem às formas puramente humanas de inteligência prática e abstrata, acontece quando a fala e a atividade prática, então duas linhas completamente independentes de desenvolvimento, convergem.
Embora o uso de instrumentos por uma criança durante o período pré verbal seja comparável a macacos, assim que a fala e o uso de símbolos são incorporados a qualquer ação, esta se transforma e se organiza ao longo de linhas inteiramente novas.
Realiza-se, assim, o uso de instrumentos especificamente humano, indo além do uso possível de instrumentos, mais limitado, pelos animais por exemplo.
Antes de controlar o próprio comportamento, a criança começa a controlar o ambiente com a ajuda da fala. Isso produz novas relaçãoes com o ambiente, além de uma nova organização do próprio comportamento. A criação dessas formas caracteristicamente humanas de comportamento produz, mais tarde, o intelecto, e constitui a base do trabalho produtivo: a forma especificamente humana do uso de instrumentos.
Como regra, essa fala surge espontaneamente e continua quase sem interrupção por todo o experimento. Ela aumenta em intensidade e torna-se mais persistente toda vez que a situação se torna mais complicada e o objetivo mais difícil de ser atingido. Qualquer tentativa de bloqueá-la (como mostraram experimentos) ou é inútil ou provoca uma “paralisação” da criança.
Vamos comentar alguns problemas práticos para crianças de 4 e 5 anos, como, por exemplo, pegar um doce num armário. O doce estava fora do alcance direto da criança à medida que a criança se envolvia cada vez mais na tentativa de obter o doce, a fala “egocêntrica” começava a manifestar-se como parte de seu esforço ativo. Inicialmente, a verbalização consistia na descrição e análise da situação, adquirindo, aos poucos o caráter de “planejamento”, expressando possíveis caminhos para a solução do problema. Finalmente, ela passava a ser incluída como parte da própria solução.
Por exemplo, pediu-se a uma menina de quatro anos e meio que pegasse o doce usando como possível instrumentos um banco e uma vara. A descrição do experimento é o seguinte:
(parada ao lado de um banco, olhando e, com a vara, tentando sentir algo sobre o armário.) “Subir no banco.” (Olha para o experimentador, muda a vara de mão.) “Aquilo é mesmo um doce?” (Hesita.) “Eu posso pegá-lo com aquele outro banco, subo e pego.” (Pega o outro banco.) “Não,não da. Eu poderia usar a vara.” (Pega a vara e esbarra no doce.) “Ele vai se mexer agora.” (Acerta o doce). “Moveu-se, eu não consegui pegá-lo com o banco, mas a vara funcionou.”
Nessas circunstâncias parece que é natural e necessário para a criança falar enquanto age. No nosso laboratório observamos que a fala não só acompanha a atividade prática como, também, tem um papel específico na sua realização. Nossos experimentos demonstraram dois fatos importantes:
1) A fala da criança é tão importante quanto a ação para atingir um objetivo. As crianças não ficam simplesmente falando o que elas estão fazendo; sua fala e ação fazem parte de uma mesma função psicológica complexa, dirigida para a solução do problema em questão.
2) Quando mais complexa a ação exigida pela situação e menos direta a solução, maior a importância que a fala adquire na operação como um todo. As vezes a fala adquire uma importância tão vital que, se não for permitido seu uso, as crianças pequenas não são capazes de resolver a situação.
Essas observações nos levam a concluir que as crianças resolvem suas tarefas práticas com a ajuda da fala, assim como dos olhos e das mãos. Essa unidade de percepção, fala e ação, que, em última instância, provoca a internalização do campo visual, constitui o objeto central de qualquer análise da origem das formas caracteristicamente humanas de comportamento.
No estudo acima do psicólogo Lev Vygotsky, vemos a importância da fala, da comunicação entre a criança e o adulto para que a tarefa ou desafio seja cumprido. O estudo da psiquê da criança é importante por que as estruturas criadas nesse momento, serão as que se manterão durante toda a vida do indivíduo. E é por isso que as redes sociais tem um lugar tão em destaque na nossa sociedade: é o local onde estamos falando quem somos, o que queremos, e ainda tentando obter um lugar de pertencimento dentro de uma comunidade social.
Por que usamos redes sociais?
Porque queremos criar #relações
Publicar nas redes sociais é frequentemente descrito como o cúmulo do egocentrismo. No entanto, a primeira razão pela qual gostamos e compartilhamos conteúdo nessas plataformas é para ser útil aos outros. É isso que revela um estudo conduzido pelo New York Times Customer Insight Group: 84% das pessoas clicam no botão “Compartilhar” (ou “Retweet”) para apoiar uma causa e 78% clicam para manter contato com sua comunidade. Estes motivos “altruístas” ganham de longe, uma vez que apenas 49% dos pesquisados declaram que usam as redes sociais para passar o tempo. Isso explica a imensa popularidade em 2014 do “Desafio do balde de gelo” — você se lembra, este desafio consistia em virar um balde de água gelada na cabeça para apoiar a luta contra a esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Olhando mais de perto, este mecanismo não é tão surpreendente. De acordo com os psicólogos da UCLA, prestigiada universidade dos Estados Unidos, uma das primeiras regiões que é ativada no nosso cérebro quando descobrimos um conteúdo digno de interesse (“Olha, um vestido que muda de cor na mesma foto!”) é a junção temporo parietal*. Ora, trata-se da zona do córtex que nos leva a interagir com nossos semelhantes. Em outras palavras, assim que vemos uma informação nova, a nossa reação imediata (e inconsciente) é de nos perguntarmos se esta informação interessa aos outros. E isto é a origem do compartilhamento.
Além de estar envolvido numa troca, a junção temporo parietal pode também provocar surpreendentes ilusões perceptivas. Para a pequena história #incomum, os pesquisadores se deram conta que estimulando eletricamente esta zona do cérebro, eles conseguiam provocar experiências extra corporais nos pacientes (a sensação de “sair do seu corpo”).
Porque queremos afirmar nossa #identidade
Quando curtimos ou compartilhamos um conteúdo nas redes sociais, na realidade fazemos muito mais que simplesmente aprovar o conteúdo. Nós nos identificamos através deste. Mais precisamente, nós definimos nosso “eu ideal”. Quando compartilho imagens de pratos sem açúcar, sem glúten, sem lactose no Instagram, talvez seja porque no momento estou fazendo um regime muito rigoroso. Mas de fato, é provável que eu publique estas fotos para mostrar que gostaria de ser uma pessoa com uma alimentação saudável. Ou seja, as redes sociais me ajudam não só a mostrar quem eu sou, mas quem eu gostaria de ser. Contudo, não imagine que você pode enganar as redes sociais com tanta facilidade. Mesmo se você finge ser uma pessoa que você não é (ou pelo menos não totalmente), é possível conhecer, com muita precisão, suas verdadeiras características graças às impressões que você deixa na Web. De acordo com um estudo recente, suas curtidas trazem informações tão pessoais como a cor da sua pele (com uma precisão de 95%!), sua orientação sexual (88%) ou sua idade (75%).
As pessoas as vezes podem também acabar tendo uma percepção de solidão, quando refletem nas redes sociais quem gostariam de ser, mas não conseguem agir na vida real com a mesma perspectiva:
Senti uma necessidade ser ouvido. Senti uma necessidade de ser visto. E por um longo tempo, apaguei meus perfis para mídias sociais. 20,000 postagens no Facebook. 50 000 tweets. Eu fiz isso porque eu estava solitário, e também porque a ideia de falar com pessoas da vida real me assustou — porque na vida real não consigo editar ou curar-me do jeito que eu posso na minha tela sensível ao toque. Eu sempre poderia ser inteligente. Eu sempre poderia ser interessante. Eu sempre poderia ser curado, adorado, invejado e admirado. Mas eu estava compartilhando muito de mim mesmo — as partes erradas de mim mesmo — e então perdi meu senso real de mim mesmo. Tornei-me solitário, porque percebi que o verdadeiro eu havia desaparecido e fugido para profundidades inacessíveis e incognoscíveis. Eu nem consegui me lembrar da minha vida antes de começar a filtrar isso através da lente das atualizações de status.
E então desenvolvi um desejo insaciável de me reconectar comigo mesmo, e tornar-me mais íntimo e mais íntimo com pessoas próximas a mim. Então tomei uma decisão no final do ano passado: queria parar de publicar no Facebook e no Twitter. Desde 01 de janeiro, fiz exatamente isso. Em vez disso, eu gastei 2018 trabalhando para me tornar mais seguro na maneira como eu me relaciono com as pessoas.
Enquanto isso, estamos descobrindo agora que a gamificação das mídias sociais — os gostos, os comentários, os corações, os aplausos, os amigos e os seguidores — o torna mais consciente e está destruindo o tecido da sociedade. É por isso que é um programa de todos os casos, por exemplo, todos os visitantes como paredes de restaurantes em vez dos restaurantes.
Eu examino meus sentimentos sobre isso e me pergunto qual é a história que as pessoas estão tentando dizer ao mundo sobre si em um perfil. Que imagem nós somos tentando pintar. Mas, o mais importante, eu pergunto por que sinto a necessidade de pintar essa imagem. É arte de desempenho, mas sem a arte.
Porque é uma forma de #aceitação
44% dos usuários clicam pelo menos uma vez por dia no botão “Curtir” do Facebook. Alguns até o fazem de maneira meio automática, ao ponto que a gente até se pergunta se eles leem os posts antes de os curtir. Mas afinal, o que se esconde por trás desta ação repetitiva que a gente encontra em todas as redes sociais? Trata-se de um sinal simples e rápido de aceitação. Os internautas usam para mostrar que se identificam com o conteúdo publicado porque acham que é interessante, engraçado ou único.
Quando chegou a hora de projetar seu primeiro restaurante, a Media Noche, os empresários de São Francisco Madelyn Markoe e Jessie Barker encontraram falta de inspiração. Seu designer pediu-lhes ideias. Em última análise, Markoe diz que eles pediram uma única instrução: “Queríamos ser Instagrammable”.
Há anos, Instagram sentou-se no centro das tendências em alimentos e bebidas. Os “ alimentos de unicórnio “ coloridos no arco-íris são muitas vezes projetados com o Instagram em mente, e os empresários responsáveis por guloseimas populares, como a galera e o milk-shake da Fábrica de Açúcar, muitas vezes veem linhas ao redor do bloco depois que as imagens de seus produtos se tornam virais. Empresas como o Paperwhite Studio se especializam em transformar restaurantes na isca de Instagram , criando pacotes de açúcar, menus e montanhas russas com slogans como “hello, my sweet” e “abraçar mais”.
44% dos usuários clicam pelo menos uma vez por dia no botão “Curtir” do Facebook. Alguns até o fazem de maneira meio automática, ao ponto que a gente até se pergunta se eles leem os posts antes de os curtir. Mas afinal, o que se esconde por trás desta ação repetitiva que a gente encontra em todas as redes sociais? Trata-se de um sinal simples e rápido de aceitação. Os internautas usam para mostrar que se identificam com o conteúdo publicado porque acham que é interessante, engraçado ou único.
Quando chegou a hora de projetar seu primeiro restaurante, a Media Noche, os empresários de São Francisco Madelyn Markoe e Jessie Barker encontraram falta de inspiração. Seu designer pediu-lhes idéias. Em última análise, Markoe diz que eles pediram uma única instrução: “Queríamos ser Instagrammable”.
Há anos, Instagram sentou-se no centro das tendências em alimentos e bebidas. Os “ alimentos de unicórnio “ coloridos no arco-íris são muitas vezes projetados com o Instagram em mente, e os empresários responsáveis por guloseimas populares, como a galera e o milkshake da Fábrica de Açúcar, muitas vezes vêem linhas ao redor do bloco depois que as imagens de seus produtos se tornam virais. Empresas como o Paperwhite Studio se especializam em transformar restaurantes na isca de Instagram , criando pacotes de açúcar, menus e montanhas russas com slogans como “hello, my sweet” e “abraçar mais”.
O empresário de São Francisco, Jen Pelka, decidiu abrir uma bar de champanhe, “The Riddler”, em parte porque o conceito parecia provável inspirar muitas postagens de Instagram comemorativas. “Os restaurantes que vejo que são os mais bem-sucedidos, especificamente em San Francisco, são realmente orientados a conceito”, diz Pelka, que também administra uma agência de relações públicas e aconselha restaurantes na estratégia de mídia social “, um lugar que tem um ponto de vista muito específico “.
Tudo no The Riddler foi projetado em torno da capacidade de compartilhamento, incluindo o exterior do prédio, no qual a Pelka encomendou um mural de uma garrafa de champanhe de cabeça para baixo com a cortiça acabada.
Porque isto dá #prazer
Por que postamos comentários nas redes sociais? Porque temos alguma coisa a dizer. Ok, é banal, mas é verdadeiro. Quando respondemos a uma publicação ou a uma questão num fórum, é porque achamos que a nossa opinião pode interessar aos outros. A partir daí é que as coisas ficam boas, os comentários são uma grande fonte de… prazer. Para a pessoa que redigiu, claro, mas também para a pessoa que recebe a mensagem. Um estudo conduzido pela pesquisadora Moira Burke mostra que é muito mais gratificante receber um comentário do que uma curtida como resposta a uma publicação. Dizendo isso, não é só a intenção que conta!
De uma forma geral, diversas pesquisas científicas já mostraram que navegar e interagir no Facebook estimula aquelas zonas que fazem bem ao cérebro. Como descobriram isso? Observando os internautas. Quando estes se conectam à rede do Mark Zuckerberg, apresentam reações fisiológicas que tradicionalmente são associadas ao prazer e ao amor, como, por exemplo, as pupilas que dilatam.
Porque temos receio de ficar por fora da #informação
O último mecanismo que está na origem de nossa paixão pelas redes sociais: as notícias. A multiplicação dos canais de informação criou uma nova forma de dependência (que alguns até consideram como uma patologia), o FOMO de Fear of Missing Out, ou “o receio de ficar por fora” em bom português. Reconhecemos as pessoas com esta síndrome pelo fato de nunca conseguirem ficar longe do celular por mais de 20 segundos e pelo fato de que só falta desmaiarem quando a bateria fica abaixo dos 10%. E isto por quê? Porque precisam sempre saber de tudo, o tempo todo. Por isso, seguem o máximo de contas possível para otimizar sempre as chances de receberem as últimas notícias. Como diria o filósofo: eu sigo (follow), portanto existo!
Obter feedback social leva a um senso de pertencimento
Um estudo da Dra. Stephanie Tobin, da Universidade de Queensland, mostra que a participação ativa nas redes sociais ocasiona um senso de conectividade aos usuários. A pesquisa foi feita com dois grupos: um que fazia postagens com frequência no Facebook e outro que apenas observava os posts dos amigos. O resultados mostrou que aqueles que não publicaram nada por dois dias sentiram um impacto negativo em seu bem-estar social. Os participantes que não receberam respostas ou feedback também apresentaram efeitos negativos sobre a autoestima e o bem-estar social. Usuários de social media gostam de receber respostas e comentários, ao invés de promover seu conteúdo todo o tempo, pense em guardar um pouco desse tempo para buscar conversas relevantes onde sua marca pode agregar valor com opiniões ou diversão.
Tanto que a maioria dos usuários de redes sociais, escrevem um post, mas desistem de publica-lo pouco depois:
Dois pesquisadores do Facebook realizaram um estudo sobre a autocensura(ou seja, as postagens que você escreve e nunca publicam).
Durante 17 dias, eles rastrearam a atividade de 3,9 milhões de usuários (estudando as ações, mas “não as batidas de tecla ou o conteúdo”). Durante o curso do estudo, 71 por cento dos usuários digitaram pelo menos um status ou comentário e decidiram não enviá-lo. Em média, eles mudaram de ideia em 4.52 status e 3.2 comentários.
Os pesquisadores teorizam que as pessoas são mais propensas a autocensurar quando sentem que seu público é difícil de definir . O público de Facebook tende a ser bastante diversificado, o que dificulta atrair todos. Os usuários tinham menos chances de censurar seus comentários sobre a postagem de outra pessoa porque o público era mais concreto.
A foto do perfil faz uma grande impressão em apenas 1 segundo
A Psychological Science realizou um estudo em que mostra que fazemos conclusões sobre as pessoas ao olhar a foto delas por apenas 40 milésimos de segundo. No estudo, os pesquisadores pediram para que os participantes avaliassem fotos parecidas, mas com expressões faciais ligeiramente diferentes. Essas pequenas variações na expressão pode mudar a percepção sobre alguém em vários aspectos, segundo os resultados. Levando o resultado para as redes de sua marca, vale a pena realizar um teste A/B para saber qual agrada seu público e causa boa impressão.
Algumas pessoas acreditam que as redes sociais e a frequência de posts e compartilhamentos tem a ver com auto estima ou necessidade de parecer ser o que não se é. Porém como vimos acima, as pessoas compartilham e postam não por que querem sustentar o que não são, e sim mostrar o que querem ser, mostrar o que esperam delas mesmas. Em psicologia existe o conceito de “Sombra”, onde o individuo projeta em outros aquilo que ele reprova ou acha imoral e inaceitável, então vemos nas redes sociais essa projeção ao contrário, pois o individuo reflete em seu perfil e feed aquilo que ele considera bom, com moral e totalmente aceitável, um objetivo a ser alcançado na vida:
Sombra, em psicologia analítica, refere-se ao arquétipo que é o nosso ego mais sombrio. É, por assim dizer, a parte animalesca da personalidade humana. Para Carl Gustav Jung, esse arquétipo foi herdado das formas inferiores de vida através da longa evolução que levou ao ser humano. A sombra contém todas aquelas atividades e desejos que podem ser considerados imorais e violentos, aqueles que a sociedade, e até nós mesmos, não podemos aceitar. Ela nos leva a nos comportarmos de uma forma que normalmente não nos permitiríamos. E, quando isso ocorre, geralmente insistimos em afirmar que fomos acometidos por algo que estava além do nosso controle. Esse “algo” é a sombra, a parte primitiva da natureza do homem. Mas a sombra exerce também um outro papel, possui um aspecto positivo, uma vez que é responsável pela espontaneidade, pela criatividade, pelo insight e pela emoção profunda, características necessárias ao pleno desenvolvimento humano. Devemos tornar a nossa sombra mais clara possível. Procurando um trabalho partindo do interior para o exterior. A sombra é frequentemente projetada em outra pessoa, que aparece ao indivíduo como negativa.
A ideia acima é refletida sobre o perfil na rede social na forma como o individuo se identifica, já que muitas vezes as postagens e compartilhamentos serão ainda refletidas por aquilo que existe na sombra da Psique. Se o usuário possuir o comportamento de criticar outros perfis, e comentários nas redes sociais, está usando a “sombra” da Psique para essas percepções.
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Gostou do texto? Gostaria muito de saber sua opinião ou feedback.
Se você tiver qualquer dúvida pode me enviar um e-mail para diogenesjunior.ti@gmail.com.
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Facebook Instagram Jung Redes Sociais Reflexão
Fontes e Referências
Baixa auto estima e redes sociais: https://psicologiaacessivel.net/2016/11/07/baixa-autoestima-o-que-as-redes-sociais-tem-a-ver-com-isso/
Social Capital Facebook: Differentiating Users and users: http://www.cameronmarlow.com/media/burke-2011-social.pdf
7 estudos psicológicos sobre comportamento nas redes sociais: http://projetual.com.br/7-estudos-psicologicos-sobre-comportamento-nas-redes-sociais/
Marketing inteligente para redes sociais: https://blog.bufferapp.com/social-media-psychology-studies-smarter-marketing
Hierarquia de necessidades de Maslow: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow
Different for Different Facial Images of the Same Person: http://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/0956797614532474
How Facebook affects our sense of belonging: https://www.uq.edu.au/news/article/2014/04/or-not-%E2%80%93-how-facebook-affects-our-sense-of-belonging
Sombra (psicologia): https://pt.wikipedia.org/wiki/Sombra_(psicologia)
Marketing Smarter for social media: https://medium.com/social-media-tips/7-social-media-psychology-studies-that-will-make-your-marketing-smarter-6d4d2da06687
Instagram para design de interiores: https://www.theverge.com/2017/7/20/16000552/instagram-restaurant-interior-design-photo-friendly-media-noche
Por que eu apaguei minhas redes sociais: https://medium.com/personal-growth/why-i-quit-social-media-4d97e9a81951
Lev Vygotsky — A formação Social da Mente: http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/vygotsky-a-formac3a7c3a3o-social-da-mente.pdf
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Obrigado Ingrid Pereira pela revisão do texto.
Tem alguma dúvida, ou apenas enviar um feedback? Me envie um e-mail para diogenesjunior.ti@gmail.com