Abordagem psicológica
Se você chegou a esse texto imaginando que o termo “psicologia positiva” se refere a ser feliz esquecendo os problemas ou ser uma pessoa “positivista”, sinto te dizer que não é isso que o tema se refere. A Psicologia Positiva é a área da psicologia responsável por buscar formas de dar ao individuo métodos de de viver melhor mesmo não tento qualquer distúrbio ou problema psicológico.
A sessenta anos atrás, Froid, Jung (meu preferido) e tantos outros pais da psicologia tinham como principalmente preocupação curar a psique dos indivíduos dos mais variados transtornos que afligem a mente humana. Com o avanço da medicina nas últimas décadas, muitos profissionais da psique acabaram se tornando vitimistas ou sempre tentando dar uma razão patológica para problemas psicológicos: “você está triste por que caíram tijolos em você”, em vez de atribuir ao paciente a responsabilidade por escolhas e ações da vida cotidiana. O profissional do tratamento da mente humana era aquele responsável por achar o “louco” dentro de nós em vez de fazermos vivermos melhor e mais satisfeitos com nossa situação.
Para exemplificar, imaginem um grau de saúde mental que vá de sete até menos sete (7 até -7), onde sete é plenamente feliz, e menos sete é uma pessoa afundada em algum transtorno psíquico. O papel da psicologia comum é justamente fazer essa pessoa menos sete, chegar a um grau de melhora menos dois, menos um ou quem sabe zero, onde o zero, representa uma pessoa saudável psicologicamente. Agora, será que o zero é onde o trabalho deveria parar? Por mais que não estejamos tristes, não seria possível melhorar nossa condição para chegar a um cinco ou sete? Fazendo que pessoas possam atingir suas principais qualidades em vez de apenas tratar seus defeitos, e focar nos pontos fortes da mente do individuo do que explorar as falhas e dificuldades.
Historicamente, a Psicologia preocupou-se em investigar patologias, negligenciado os aspectos saudáveis dos seres humanos. Mas, a partir de 1998, iniciou-se um movimento denominado Psicologia Positiva, que visa oferecer nova abordagem às potencialidades e virtudes humanas, estudando as condições e processos que contribuem para a prosperidade dos indivíduos e comunidades.
Durante todo o ano de 1998, Martin E. P. Seligman, na condição de presidente da American Psychological Association, escreveu artigos mensais que focalizavam a necessidade de mudança no foco das contribuições da psicologia, ainda centrados numa prática historicamente orientada para a compreensão e tratamento de patologias. Segundo este importante pesquisador, a ciência psicológica tem “esquecido” ou negligenciado a sua mais importante missão: a de construir uma visão de ser humano com ênfase em aspectos “virtuosos”. Nesta ótica, o movimento intitulado psicologia positiva vem afirmar se na edição especial de 2001 do periódico American Psychologist e é definido como uma “tentativa de levar os psicólogos contemporâneos a adotarem uma visão mais aberta e apreciativa dos potenciais, das motivações e das capacidades humanas” (Sheldon & King, 2001, p. 216). Tendo em vista esta perspectiva, a ciência psicológica busca transformar velhas questões em novas possibilidades de compreensão de fenômenos psicológicos, tais como, felicidade, otimismo, altruísmo, esperança, alegria, satisfação e outros temas humanos tão importantes para a pesquisa quanto depressão, ansiedade, angústia e agressividade. Trata-se, portanto, de uma psicologia que almeja antes de qualquer coisa romper com o viés “negativo” e reducionista de algumas tradições epistemológicas que têm adotado o ceticismo diante de expressões salutogênicas de indivíduos, grupos ou comunidades. Entretanto, postular uma ciência que focalize potencialidades e qualidades humanas exige tanto esforço, reflexão e seriedade conceitual, teórica e metodológica, quanto o estudo de distúrbios e desordens humanas.
Segundo Martin Seligman (um dos pais da psicologia positiva), podemos buscar sermos mais felizes, ou pelo menos sermos mais eficientes em relação a nossas capacidades se atentarmos para algumas características chamadas de Vinte e Quatro Forças Humanas, onde cada indivíduo tem umas mais fortes do que outras. (No final do texto coloquei o link do teste para você saber quais são as suas forças mais fortes).