Na oração existe um múltiplo motivo: a perfeição do indivíduo, a restauração dos mundos destruídos, a libertação do bom do julgo do mal, o domínio da beleza sobre a feiura, a sujeição do baixo e do degenerado ao alto e nobre.
É comum dentre as vezes que pessoas me pedem para usar o tarô para responder perguntas, uma certa frustração delas (e minha também), quando as cartas saem digamos, “negativas”, claro que, toda carta tem seu lado positivo e seu lado negativo, mas algumas carregam naturalmente um certo estigma de serem de frustração, engano, perca, partida etc. Comum dessas ocasiões é o sentimento da tristeza: tristeza por um fato ocorrido, ou mesmo um fato que não ocorreu, aquilo ou alguém que queremos, mas não temos, e assim, nas inúmeras situações que consideramos decepcionantes, colecionamos ocasiões onde dizemos não estarmos felizes.
Curioso desse padrão de comportamento, que não é exclusividade dos outros, eu mesmo, quando faço perguntas ao tarô sobre situações da minha própria vida, sempre desejo que saiam cartas positivas e alegres, mas um detalhe que quero propor a reflexão aqui hoje é: o por que da nossa frustração, e por que, tantos de nós (a começar por mim), estamos tão distantes da oração, que ao contrário do que muitos acham, não é apenas um prática religiosa, e sim uma forma de nos conectarmos com o nosso Deus (seja lá qual Deus seja o seu).
Observem as cartas abaixo:
As duas primeiras a esquerda: 4 e 5 de Copas, e a direita, 7 e 8 de Copas. Se olharmos as duas cartas de maior tristeza (5 e 8 de Copas), vemos personagens tristes ou desapontados, e em alguns casos nos jogos, ficamos pensando, por que saiu essa carta? ou por que estou passando por esse momento? Porém observem as cartas que antecederam o momento (4 e 7 de Copas), foram cartas de escolhas, ou melhor dizendo, desejo.
O personagem do 4 de Copas, olhando para as coisas que ele tem, parece insatisfeito, ele queria mais, ou pelo menos coisas diferentes, a taça voando que se aproxima, que aparenta ser o Ás de Copas, indica que novas coisas estão chegando para ele. Será que talvez ele não poderia ter sido mais grato e satisfeito pelo que ele já tinha? Será que seria necessário mesmo novas coisas para ele possuir ou conquistar, além das que ele havia conseguido? Fato é, que no passo seguinte (5 de Copas), ele está totalmente frustrado, arrisco dizer que na mente dele nesse momento, ele tem saudades de quando tinha o que tinha no 4 de Copas, e o sentimento de frustração das coisas que tinha, foi substituído pelo arrependimento de ter trocado e ter desejado possuir outras coisas que não eram tudo o que ele achou que seria.
O mesmo vale para o 7 de Copas, um personagem sortudo, várias escolhas para ele, riqueza, fama, mulheres, posses, entre outras maravilhas que ele poderia ter, mas, ele quis tanto, que nada pode lhe satisfazer, tanto é, que no passo seguinte no 8 de Copas, ele parte para outro local, e o detalhe de se estar a noite, e ter o símbolo de muitas águas na cena, indica que o sentimento dele na hora era de tristeza e resignação, por ter que partir.
O que eu quero dizer até agora, com essa explicação é talvez nos dois momentos mais tristes do Tarô, foram precedidos de um momento de criação de expectativas e desejo. Não quero dizer é claro, que não deve o homem desejar coisas maiores e ter suas próprias ambições, mas, é preciso se conhecer, reconhecer e valorizar aquilo que se tem atualmente, para não cair na armadilha de criar expectativas sobre coisas que parecem ouro quando observadas de longe, mas quando se tem em mãos, é um metal pobre que não se tem valor.
E mesmo assim, vamos invariavelmente sofrer durante inúmeros momentos da vida, podemos perguntar ao Tarô, porque passamos por cada uma dessas situações, como que esperando que ele desse a saída para o momento, mas, a saída está em uma ferramenta que todo ser humano possuí, mas que pela nossa infinita capacidade de sermos displicentes, não a usamos: a oração.
Todos aqueles que choram pela dor de uma tristeza, tem privilégios que só a eles pertencem:
Todas as portas do céu estão fechadas, exceto a porta das lágrimas. Os que guardam as portas do céu abrem-nas para admitir as lágrimas derramadas durante a oração e coloca-las diante do Santo Rei, já que Deus participa das penas do homem. Os mundo de cima sentem pela região das lágrimas o mesmo desejo que o macho sente pela fêmea. Quando o Rei se aproxima da Senhora e a encontra triste, Ele lhe concede tudo o que ela deseja. E, como sua tristeza é o reflexo da do homem, Deus se compadece. Feliz é o homem que chora enquanto está orando! Cada uma das portas do céu se abre para a oração […]
Independente do seu credo, do Deus em que crê, a oração é a maneira mais nobre de levar as nossas angustias para poderes maiores do que a nossa realidade terrena. E não é atoa que no Tarô, não temos nenhuma carta representando uma oração, tão natural como a nossa respiração, deveria ser o ato do homem orar a seu Deus:
Sabei que a oração é a forma mais alta de servir a Deus. Deus pode ser servido com o corpo ou com o espirito. A maneira mais aceitável aos olhos de Deus é com o espirito. A oração atravessa o espaço e alcança o céu, onde todas as portas estão abertas para ela. No momento em que a Luz celeste sai das trevas, uma voz ordena aos Guardiões das Portas que se permita a entrada à oração. Na oração existe um múltiplo motivo: a perfeição do indivíduo, a restauração dos mundos destruídos, a libertação do bom do julgo do mal, o domínio da beleza sobre a feiura, a sujeição do baixo e do degenerado ao alto e nobre.
Se procura uma saída para sua tristeza, o tarô só vai lhe indicar talvez as causas, talvez as percas, talvez um luz sobre o seu caminho, mas apenas a oração, irá mover os céus a seu favor, e a Roda da Fortuna, girara outra vez.
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Fontes e Referências
Trechos desse texto foram retirados da Sabedoria Cabalística, O Livro do Esplendor.
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